quinta-feira, 29 de setembro de 2016

“Se eu não valho nada, vou sair”, disse Aldo a Dedé Pederneiras

“Se eu não valho nada, vou sair”, disse Aldo a Dedé Pederneiras



Photo by Josh Hedges/Zuffa LLC/Zuffa LLC via Getty Images Surpreendentemente, José Aldo pediu, na última terça-feira (27), o cancelamento do seu contrato com o UFC. O presidente da entidade, Dana White, negou o pedido e o campeão interino dos penas anunciou a aposentadoria do MMA. Em conversa com o site “Combate”, o técnico do brasileiro, Dedé Pederneiras, garantiu que o anuncio não é uma forma de ganhar algo do UFC e contou os pensamentos que já vinham sendo frequentes na cabeça do seu pupilo:
“Foi como ele falou: “Cara, se eu não valho nada, eu vou sair. Quero estar em algum lugar em que eu valha alguma coisa. Eu quero ser valorizado. Eu nunca recebi nada de graça. Se disserem, ‘Ah, você ficou rico’; se eu fiquei rico, foi porque eu trabalhei e venci, porque dado, ninguém me deu nada. Ninguém nunca me mandou em casa um cheque de bônus nem nada; se eu ganhei um bônus, ganhei pela melhor luta, pelo melhor nocaute. Nunca ganhei um presente de nada disso, e nunca reclamei! Só que agora estou num momento que não sou mais um garoto; tenho 30 anos, e tenho mais um tempo de vida dentro do esporte. Quero fazer outras coisas. Talvez eu nem lute mais MMA, vá lutar outras coisas. Mas não quero estar numa empresa que não me reconhece, numa empresa onde quem manda não é quem deveria mandar, onde quem manda é um cara que vende muito bem. O cara está trazendo dinheiro, tem que valorizar o cara, OK; então primeiro não me promete, não fala para todo mundo que vai fazer, porque é feio isso. É você mostrar que não tem palavra!”
Relembrando a grande história de José Aldo, Dedé criticou o fato de Dana White falar e prometer uma coisa e, no dia seguinte, fazer outra:
“Ele já estava muito irritado com a situação de deixá-lo em “banho maria” sem dar uma resposta. Você não pode fazer isso com um cara como o Aldo. Você pode fazer isso com um cara que entrou no UFC agora, não com um cara que ficou 10 anos invicto, não com um cara que foi o primeiro e único campeão até perder o cinturão numa situação de 13s, e que fez por merecer uma revanche, te enganaram e não aconteceu. Acho que a empresa tem seu lado financeiro, eu tenho empresa aqui e sempre vou pensar no lado financeiro, mas não vou mentir para um funcionário meu. Se não tem como fazer, não tem como fazer. Não vou falar para todo mundo isso, botar no jornal para todo mundo ver, e depois eu mesmo ser pego numa mentir.”
O técnico e empresário não descartou que a situação de Aldo acabe na Justiça:
“Acho que o Dana e os novos donos têm que entender que têm um funcionário que está totalmente insatisfeito e não quer continuar. Se fosse aqui no Brasil, e um cara dissesse, “Patrão, quero ir embora”, eu diria, “‘Tá’ bom, não tenho como te segurar.” O contrato que a gente tem com o UFC, “Patrão, quero ir embora”, a resposta é “Não, você vai ficar preso a mim, você não pode fazer mais nada, mas não vai sair daqui.” É uma coisa legal? Acho que aí cria-se uma insatisfação de (que) ele vai entrar na Justiça. Ele teria que entrar na Justiça para cortar esse contrato. E o desgaste de uma pessoa insatisfeita, com a moral que o Aldo tem, falando m*** para todo mundo de diversas coisas, acho que uma empresa não vai querer um cara desses todo dia na mídia falando uma besteira, já que o cara não quer fazer, ele só quer sair!  A gente não quer ter uma guerra, não quer ter uma briga, não quer falar mal de ninguém. A gente só quer ter o direito de falar assim, “Não quero mais estar aqui. Não é o dinheiro, não quero estar mais aqui”.”
Para finalizar, Dedé Pederneiras criticou as novas formas de promover uma luta no UFC, valorizando sempre a polêmica:
“Acho que talvez tenha sido uma falha minha como treinador ter ensinado o lado correto do pensamento da luta, que é respeito, “não faz nada disso, não taca uma garrafa d’água em cima do cara no meio de uma coletiva, não começa uma briga dessa. Não xinga os caras, não dá dedo para o cara no meio de uma luta, isso é feio.” Então talvez eu tenha sido o errado, eu assumo essa culpa. Ter isso como promoção não entra na minha cabeça porque eu sou velho, sou um treinador velho que não consegue enxergar isso. Talvez quem vier me substituir agora já entre no modelo novo, em que falar m*** é o que vende, e eu estou no modelo velho. Eu estou ultrapassado, talvez seja isso. Mas tentar me convencer que esse é o lado certo, isso eu não vou conseguir entender. Mas a gente tem que dar o braço a torcer que é isso que está vendendo: é o cara que xinga, é o cara que dá dedo pros outros, é o cara que faz guerra de água, é o cara que fala que fuma maconha mesmo e não está nem aí… É tanta coisa, que tipo assim, quem chama atenção é a coisa ruim, não é uma coisa boa. O Aldo tem um projeto social que nego não fala no UFC. Mas falar que o outro foi pego fumando maconha, e não sei o que… São coisas que, ao meu lado e do lado de quem dá aula há 30 anos, desde para criança até para velho, não posso chegar numa turma e dizer, “Isso que é a coisa certa, você xingar o cara, procurar brigar com o cara na rua, fazer um monte de m*** é o certo. O errado é você fazer o certo.”
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Fonte: MMA Space
Categoria: Notícias
Autor: Gabrielle Gonçalves
Publicado em: 28 Sep 2016 19:36:48

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